Afro-Reflexões é o título de um livro fascinante do Historiador e Teólogo Walter Passos. Neste livro, o leitor pode encontrar os mais diversos assuntos sobre africanidade e contemporaneidade.

sábado, 29 de maio de 2010

UM NOVO CICLO COMEÇA...



Com a proximidade do meu aniversário sinto que um novo ciclo se inicia. Momento ideal para se rever as ações do ciclo passado e planejar atos para o próximo ciclo. As comemorações são, em verdade, as recepções desse novo ciclo, em que há renovação das energias, quando o Sol completa o movimento de translação, retornando ao ponto exato do meu nascimento.

O ciclo atual me trouxe muitas surpresas e mudanças drásticas e abruptas nos meus anseios anteriores. Pensando a respeito, me surpreendo como em apenas um ciclo tantos planos podem ser transformados.


Como ciclo da mudança, no início eu urgia por um total desligamento das minhas tristezas, angustias e conceitos. Aos poucos, cada setor da minha vida foi alvo de mudanças radicais, hoje as entendo como positivas.


De cara, ganhei enormes e eternas responsabilidades, embora pense não estar preparado para tanto, mas YAH as confiou para mim, devo então me submeter e fazer com que Zion, meu bebê, seja meu maior presente.

Ainda no ciclo atual, comecei a vivenciar mais intimamente a área jurídica, em quase uma oportunidade milagre, como se fosse feita para mim, no momento que mais precisava.


Mas a responsável pela mudança que de fato trouxe uma reviravolta em tudo que concebia como relacionamento, veio com arco-íris e tudo, colorindo minha vida como antes jamais havia pensado.


Esse novo ciclo surge com novos desafios, consolidando tudo que foi plantado nos ciclos anteriores, impulsionando a dar continuidade aos caminhos que foram traçados, tornando-os cada vez melhores.


Assim, faço votos que esse novo período seja repleto de concretizações profissionais, aperfeiçoamentos acadêmicos, união familiar e um oceano de Sorrisos, Sensações e Sentimentos!



quinta-feira, 20 de maio de 2010

S³ - Sorrisos, Sensações e Sentimentos +Surpresas

MERGULHAR - SCAMBO

Hoje, ouvi essa música com meu irmaozinho, depois de muito tempo sem ouvi-la, e lembrei de sentimentos estranhos...


"Mas é tão díficil esquecer os erros, que é quase impossível.
Sigo a vida com a cabeça erguida
Trago no corpo feridas....
Que com o tempo fingem parar de doer

Mas nada vai me fazer voltar atrás, nada vai me fazer voltar...."



segunda-feira, 17 de maio de 2010

EXAME DA ORDEM

Com a abertura de novo edital do - temido, desejado e sempre repleto de surpresas desagradáveis - Exame da Ordem, o tempo que já era escasso ficou ainda mais.

Quase 15 disciplinas em 100 questões, e claro, são cobradas as exceções das exceções - que infelizmente em direito não são as regras, são outras exceções mesmo.

Nem mencionei a segunda etapa, prova prático-jurídica com a produção de uma peça processual que o concurseiro* não sabe diferenciar se se trata de Habeas Corpus ou Alimentos (sem exageros).

Entretanto, momento mais esperado desde ingresso no curso...ora tão distante EXAME, hoje, é o PRÓXIMO exame.

* Ah, concurseiro. Claro, porque de questões mínimas para o exercício da advogacia aquela prova NADA tem, ela possui questões complexas para o exercício da advogacia. Pois, por óbvio, a reserva de mercado deve ser feita, então, reserva de mercado + provas difíceis = Concurso!

E há quem diga que o EXAME é constitucional, legal, válido....


domingo, 16 de maio de 2010

Responsabilidade Frente à Família Africana - Parte I


Histórico

A máxima conseqüência obtida pelo sistema escravista foi a destruição do núcleo familiar africano. Essa destruição ocorreu através de processos sociais e psicológicos complexos, iniciados na invasão do continente-mãe e perpetuados nas conseqüentes mazelas encontradas na dinâmica social contemporânea dos afro-descendentes.

Notório que o substrato do modo de vida dos primeiros habitantes do globo transformou-se em degradadas relações, destituídas de espiritualidade, cumplicidade, herança e amor.

Assim sendo, cada integrante do núcleo familiar africano traz consigo determinados traumas construídos pela vivência em ambiente escravista e, posteriormente, pelas condições submetidas pós-escravização, bem como costumes errôneos, caucasianos e deformados que se integraram à cultura e a educação desta população africana seqüestrada.

O tráfico de escravizados africanos para as Américas iniciou-se ainda no século XV, com a primeira leva de escravizados enviados ao cativeiro dentro da dominação espanhola. Pouco tempo depois, os portugueses e demais nações européias, apoiadas pela Igreja – instituição de maior poder e representatividade da época - executaram o maior genocídio da história da humanidade, culminando na morte de duzentos milhões de pessoas dentro do continente africano, em resistências regionais contra o tráfico humano. Essas resistências possuíam por base a união da coletividade contra a imperiosidade do escravizador. Tal unicidade acontecia principalmente em nível familiar.

Conforme é conhecido, o entendimento de família africana abrange a uma coletividade comunitária (aspecto preservado no Brasil por camadas sociais pretas até meados do século XX, aos poucos substituído pela inconteste mitigação dos valores africanos), sendo esta consciência solidária que preservou com vida milhões de africanos do extermínio nas investidas caucasianas.


Entretanto, submetidos ao julgo da escravidão, essa unicidade fora suprimida pelos traumas vivenciados diariamente e pela substituição gradativa dos costumes africanos frente à necessidade de adaptação aos interesses dos colonos, culminando na real inversão de valores da família africana. Esse contexto promoveu o nascimento de desconhecidos títulos sociais dentro da comunidade africana escravizada, como exemplos pode-se citar o Escravizado Reprodutor, as Amas de Leite, o Capitão-do-Mato, os Feitores, os escravos da Casa Grande.

O estudo do impacto que cada agente social supra descrito é essencial para compreender o processo de degradação da família africana e a irresponsabilidade dos integrantes do povo preto em sua constituição.

Além disso, outros diversos aspectos também foram indispensáveis para a configuração desse quadro deplorável que a família preta se encontra, pode-se citar entre eles, a ingestão de álcool, obrigatório na dieta do escravizado, bem como a separação dos bebês das mães logo após seu nascimento.

Nessa conjuntura, esse ensaio se predispõe, a cada quinzena (assim pretendo, caso consiga tempo), uma análise das causas e conseqüências da degradação familiar africana, além de, principalmente, elucidar a nossa responsabilidade quanto africanos em diáspora frente a essa realidade, conscientes de que a formação e manutenção da Família Preta são as primeiras atitudes revolucionárias da comunidade africana em diáspora.